Solenidade de São Pedro e São Paulo

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Seguidoras e seguidores de Jesus

Neste domingo celebramos São Pedro e São Paulo, Apóstolos

Desde o século III que a Liturgia une na mesma celebração as duas colunas da Igreja, Pedro e Paulo. Mestres inseparáveis de fé e de inspiração cristã pela sua autoridade, simbolizam todo o Colégio Apostólico. Pedro era natural de Betsaida, onde exercia a profissão de pescador. Jesus chamou-o e confiou-lhe a missão de guiar e confirmar os irmãos na fé. É uma das primeiras testemunhas de Jesus ressuscitado e, como arauto do Evangelho, toma consciência da necessidade de abrir a Igreja aos gentios (At 10-11). Paulo de Tarso, perseguidor acérrimo da Igreja, converte-se no caminho de Damasco. A partir daí, a sua vivacidade e brilhantismo são postos ao serviço do Evangelho. Fortemente apaixonado por Cristo, percorre o Mediterrâneo para anunciar o Evangelho da salvação, especialmente aos pagãos. Depois de terem sofrido toda a espécie de perseguições, ambos são martirizados em Roma. Regando com o seu sangue o mesmo terreno, “plantaram” a Igreja de Deus.

Com o olhar fixo em Jesus sigamos os passos destes dois apóstolos.

Com a bênção de Deus sob o manto de Nossa Senhora

Pe. Agenor Sbariani, CS

 

REFERÊNCIAS

Missa de São Pedro e São Paulo. Palavra de Deus: Atos dos Apóstolos 12,1-11; 2Timóteo 4,6-8.17-18; Mateus 16,13-19.  

 

Evangelho: Mateus 16, 13-19

Naquele tempo, Jesus ao chegar à região de Cesareia de Filipe, Jesus fez a seguinte pergunta aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?»  14Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista; outros, que é Elias; e outros, que é Jeremias ou algum dos profetas.» 15Perguntou-lhes de novo: «E vós, quem dizeis que Eu sou?»16Tomando a palavra, Simão Pedro respondeu: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo.»17Jesus disse-lhe em resposta: «És feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que to revelou, mas o meu Pai que está no Céu. 18Também Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Abismo nada poderão contra ela.19Dar-te-ei as chaves do Reino do Céu; tudo o que ligares na terra ficará ligado no Céu e tudo o que desligares na terra será desligado no Céu.»

Reflexão de P.Paulo mazzi.

 

            Quem são as nossas referências hoje? Quem as nossas crianças ou os nossos jovens têm como referência hoje? Quem é a sua referência de pai e mãe, de líder político e religioso? Quem é sua referência no campo profissional, ou no campo da fé? Quem é sua referência de pessoa, de ser humano? Você tem alguma pessoa que seja referência de fidelidade, de retidão e de honestidade?  Existe hoje um vazio quando falamos de referência. Na verdade, ter alguém como referência é até certo ponto frágil ou mesmo perigoso, porque estamos falando de pessoas, de seres humanos, e não há ser humano que não seja falível. Mas a ausência de referências hoje se deve também a um certo “nivelamento por baixo”, um abandono dos grande ideais, à adoção de um estilo de vida mais “light”, menos radical, também no sentido dos valores que deveriam guiar nossa consciência e nossa conduta, seja como pessoas, seja como profissionais, seja como cristãos inseridos numa sociedade cada vez mais paganizada.

            Para nós, que vivemos numa época de pobreza de referências, a liturgia de hoje nos fala de duas referências de fé: Pedro e Paulo, dois homens que tiveram suas vidas modificadas pelo contato com a pessoa de Jesus e com a mensagem do seu Evangelho. Pedro, de simples pescador de peixes, tornou-se o líder humano da Igreja que Jesus fundou sobre os apóstolos, chamados a serem pescadores de homens. Paulo, de grande perseguidor da Igreja, tornou-se o maior apóstolo de Jesus, no sentido de propagar seu Evangelho entre os povos pagãos. Dois homens frágeis e limitados, mas que se tornaram duas colunas da Igreja de Jesus Cristo, pela forma como se deixaram transformar pelo Evangelho.

            Pedro é uma referência de fé para nós quando consideramos a sua convicção a respeito de quem é Jesus: “Tu és o Messias (Cristo), o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16), ao que Jesus respondeu: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja” (Mt 16,18). A convicção de Pedro a respeito de Jesus, uma convicção firme como a pedra, a rocha, é uma referência para o nosso tempo, marcado por pessoas inconsistentes, relacionamentos inconsistentes e uma fé inconsistente. Nós somos chamados a fazer o mesmo caminho que Pedro fez, de convivência com Jesus, de intimidade com o seu Evangelho, permitindo que ele corrija a nossa maneira de entender a sua presença em nossa vida e purifique o sentido da nossa fé, para que nos tornemos pessoas mais consistentes, firmes, convictas da própria fé, de forma que não mais nos quebremos e nem nos sintamos desorientados diante da realidade que nos cerca.

            Paulo também é uma referência para a nossa fé, na medida em que nos ensina que todo cristão tem um combate a combater – o combate da fé –, uma vez que nossa fé é combatida não só por acontecimentos que a questionam, mas também por pessoas que cada vez mais abandonam a sua fé, dando-nos a impressão de que somos pessoas ingênuas e iludidas, portadoras de uma fé que para nada mais serve hoje em dia. Paulo também nos convida a completar a corrida que iniciamos, independente das quedas que já sofremos no percurso da vida, pois há uma meta a ser alcançada, um projeto a ser concluído, e não podemos parar no meio do caminho. Por fim, o apóstolo nos incentiva a guardar a nossa fé, no sentido de defendê-la, de conservá-la viva, pois ela é nossa condição para o encontro definitivo com o Senhor.          

                As duas narrativas bíblicas que lemos hoje, acerca de Pedro e de Paulo, mencionam um momento crítico em que os dois viveram, quando se encontravam presos e com a vida ameaçada. Portanto, os dois apóstolos são para nós uma referência de como lidar com as adversidades, de como enfrentar os conflitos, procurando reafirmar a nossa fé, conforme testemunhou o salmista: “Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu, e de todos os temores me livrou. Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido, e o Senhor o libertou de toda angústia. O anjo do Senhor vem acampar ao redor dos que o temem, e os salva” (Sl 34,5.7.8). Assim também, o próprio Paulo disse: “O Senhor esteve a meu lado e me deu forças… O Senhor me libertará de todo mal e me salvará para o seu Reino celeste” (2Tm 4,17.18).

            Jesus foi uma referência viva para Pedro e para Paulo, como o próprio Paulo testemunhou: “Sei em quem depositei a minha fé” (2Tm 1,12). Assim como esses apóstolos, nós precisamos ter Jesus como nossa referência de vida, num mundo onde a perda de referência deixa as pessoas cada vez mais desorientadas e frágeis. A festa de hoje nos convida a abraçar o testemunho de vida desses apóstolos, tendo-os também como referência para o fortalecimento da nossa fé, encontrando o nosso lugar na Igreja que Jesus fundou sobre os apóstolos e em relação à qual garantiu: “o poder do inferno nunca poderá vencê-la” (Mt 16,18).

            Hoje rezamos especialmente pelo Papa Francisco. Como Pedro, ele foi escolhido por Jesus para confirmar seus irmãos na fé. Sabemos o quanto o Papa Francisco tem usado as chaves que Jesus lhe confiou para ligar na terra inúmeras pessoas ao céu, ao coração de Deus, com o seu incansável apostolado, a sua firmeza, a sua misericórdia e o seu desejo de uma Igreja mais coerente com Jesus Cristo e o seu Evangelho. Francisco encontra não apenas rejeição, mas também uma forte oposição por parte de algumas pessoas de dentro da nossa Igreja. No entanto, ele é uma referência clara do Evangelho e do próprio Jesus Cristo para pessoas até mesmo fora da nossa Igreja. Rezemos para que o Papa Francisco continue a combater o seu bom combate, terminar obra que o Espírito Santo lhe confiou na Igreja e manter viva a sua fé.

 

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